PRA MIM REALMENTE CHEGOU AO FIM...

Quando estamos envolvidos com a pessoa que acreditamos nos amar, jamais em hipótese alguma, nos passa pela cabeça que um dia o fim desta relação possa acontecer, principalmente quando vivemos na fase das promessas, na fase dos pedidos de casamentos, na fase das juras de que tudo vai da certo, na fase da vontade de acontecer, na fase da paixão. 

Você ama alguém, mas a relação não amadurece, não caminha, sempre brigas pelos mesmos motivos, términos e voltas. Nos enganamos muito mais que deveríamos. Parece tão simples, quando vê virou bola de neve. Acredito em uma segunda chance ao casal de tentar reviver o amor sim, mas quando se acostuma a esse relacionamento ioiô, ele perde o respeito e eu cansei disso, cansei de esperar quem eu amo resolver amadurecer, fixar raiz em um lugar, cansei de chorar, de me machucar, de tentar entender, de procurar culpados.

Eu já não o culpo mais, nem me culpo mais, na verdade não estou a fim de achar culpados. Na verdade depois de um tempo, algumas culpas se tornam até esclarecedoras. Novas culpas virão e logo abandonaremos o papel de vítima. Até mesmo a culpa se cansa de existir.

Esses dias pensei muito em mim, pensei nele, pensei em nós e resolvi perder o contato. Depois de uma ligações dele as quais não atendi durante alguns dias, percebi que na grande parte ele não me fazia a falta que eu imaginei, e é porque estou muito em casa esses dias, imagina quando eu começar minha rotina novamente, não que o amor tenha acabado, só não vejo mais motivos para deixá-lo vivo. Pensei em substituir por outro amor, pretendentes não me faltam e alguns bem interessantes. Só que depois pensei, nada disso que um amor se cura com outro, temos que aprender a sermos felizes com nós mesmos, para depois dividir essa felicidade, então é isso, não tenho fila, tenho um coração e ele não está a procura, se aparecer será bem vindo, mas no momento ele precisa ficar com ele mesmo... Meu coração com meu coração.

Ontem resolvi atender sua ligação e conversamos bastante, pois ele está em outro estado a trabalho, esse bendito trabalho, tentei ser fria, hoje o papo se estendeu bastante, admito que até senti vontade de dizer eu te amo, vamos tentar outra vez, a última vez, deixar nossos problemas de lado, vamos esquecer tudo de ruim e trazer só o que foi bom, o que é bom, essa droga da distancia não vai nos atrapalhar mais. Só que eu estaria me enganando, vai atrapalhar, assim como outras coisas... Então continuamos a conversa, ele perguntou se eu estava com alguém, insistiu na resposta e disse que eu me comporte, mas como posso já está com outro se não faz bem menos de um mês que resolvemos da um fim, ele jurou que também não ficou com ninguém. Outros papos aconteceu, a amiga saudade apareceu sem ser convidada.

Estou aqui pensando onde vamos chegar com essa conversa, foi feita uma escolha, daqui a dois meses provavelmente estarei em um lugar bem longe, outra vida, outro mundo e não vou desistir mais uma vez se ele pedir, já fiz uma vez e não deu certo, não será agora que vai da, já perdi a fé na gente, entendi que é melhor assim da forma que está, cada um para seu lado e entendi que pra mim realmente chegou ao fim.

Por vezes me interroguei por que errei tanto, porque erramos tanto. Mas como eu já disse uma vez, não existe acerto no amor. O acerto só vem quando passamos para a terceira pessoa, quando olhamos de fora. De dentro, ficamos surdos, cegos, loucos. De fora, somos juízes. 

Decidi abandonar as culpas. Esse é o único abandono que deve ser feito e não precisa de perdão. E realmente agora posso seguir em frente e bem pra frente, sem olhar para trás, talvez olhar um pouco, mas nada que me impeça de continuar caminhando adiante e deixando o passado aonde ele deve ficar, sempre atrás. 

Nunca mais vou esquecer que Independente da situação, do sentimento em questão, a única pessoa que me ama e quer realmente o meu bem sou eu mesmo.

" Estou com outra forma de ver e sentir... A cabeça mudou.... Tô que nem criança... tô de alma limpa..."

Fernanda Leite (Fortaleza, 17 de fevereiro de 2011.)