domingo, 16 de janeiro de 2011

SeRá QuE AcAbOu...

Há dois dias voltei para casa com o coração meio fora do lugar, na despedida do meu amor, já não sei como esse amor vai ficar.  Quase três anos de relacionamento, com idas e vindas, mas sabe quando você se acostuma ter a pessoa do seu lado, seis meses dormindo e acordando quase todos os dias com a pessoa, férias ao lado dele, conhecendo sua vida mais ainda, sua família e quando chega a hora da despedida, um buraco no coração. 
A dúvida de como vamos ficar, aonde vai essa paixão. Sim, a dúvida, pois são lados diferentes, um trabalho o qual deixa sua paixão longe de você, separados por cidades e estados, uma paixão confusa e não tão bem resolvida. Talvez o melhor seja encerrar, acabar o que talvez já tenha terminado e ainda não enxergamos.
Ao deixá-lo, tantas lágrimas saíram do meu rosto, dos dele também, menos do que as minhas, mas também sei que não tem como saber o que o outro esta sentido, às vezes confundimos nossos próprios sentimentos, imagina julgar o coração de alguém.
Estou aqui e se eu parar agora confirma ainda mais ele em mim. Tentando não olhar para trás para não pensar se chegou ao fim ou não; não vou olhar para o lado para não confundir com a dúvida.
Acredito que não fomos o melhor que podíamos ser. Meu coração o recebeu da forma mais pura que um coração pode receber alguém, agora ele parece mais dois corações, talvez por está meio partido.
Agora eu me vou. Levo todas as nossas lembranças no bolso. Nego que fomos os culpados. Você interrompe meu discurso com um beijo. O beijo da despedida... O gosto mais marcante, mais pesado. Mas eu sei que sentiremos saudade do que fomos e até mesmo do que deixamos de ser.
Talvez nunca mais vislumbraremos os nossos rostos em um almoço em família, não vamos mais sorrir de nossas bobagens, ou mesmo quando você me fazia cócegas e eu gritava de tanto rir, ou ir no parquinho com sua pequena, que me encantou o bastante para eu nunca esquecê-la, nem  vamos mais brigar por ciúmes tolos (ou esses dure mais um pouco), passar horas ao telefone falando de saudade, sexo e futuro, pois o “futuro nós” já não acredito mais.
São tantas lembranças, muitas boas e outras nem tanto assim, levarei muito tempo para que essas lembranças deixem de serem tão presentes ou posso esquecer tão rápido que nem eu mesma imaginava, todo vai depender do que eu achar que vale a pena.
Mesmo que seus sentimentos não sejam tão explícitos quantos os meus, eu sei que você os tem, eu sei disso, pois eu conheci você nos seus momentos mais frágeis, aqueles que talvez nem seus melhores amigos tenham percebido.
Há meu amor sabe aquela hora que você cansa de se cansar. Cansa de procurar o que nunca se perdeu, o que nunca se esqueceu. Busca uma forma de encontrar respostas. Mas você não quer respostas, quer “a” resposta e isso eu não tenho, talvez nem você mesmo a tenha.
Penso que tempo somente afasta os corpos, dá tempo para respirar o que não se precisava, abre espaço para outras pessoas te tirarem o tempo.
Não sei bem se acabou, mas se isso acontecer nós “seremos sempre a promessa da eternidade... Até encontrarmos outro alguém”. É assim nossa vida, é assim essa vida, o que você achava que duraria uma eternidade, passa agora, há ter o tempo contado.
Mas o amor é mesmo uma ilusão, um erro. Não existe acerto no amor. O acerto só vem quando passamos para a terceira pessoa, quando olhamos de fora. 
Eu sei que ficarei bem, nós ficaremos bem. Todo mundo fica bem. Não há dor que não possa ser curada com o tempo. Todo amor diminui com o tempo. É uma regra. E sem exceção!

“O que não é revisitado morre.”

Fernanda Leite (Fortaleza, 16 de janeiro de 2011.)

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